Crítica: Sede Sem Fim (Blood) | 2022

Sede Sem Fim (Blood, EUA, 2022, 108 min.), é um novo exemplar do horror com sede de sangue como sugere seu título. O filme trabalha o elemento do sobrenatural, mas sua força consiste nas questões mais realistas da trama, como os desafios da maternidade e do abuso de substâncias. Contudo, é sua protagonista, a sempre bela Michelle Monaghan, a grande e real força da produção.

Monaghan interpreta Jess, uma enfermeira recém-separada e mãe de dois filhos. Para conseguir seguir em frente e construir uma vida melhor para ela e os seus, ela se muda com sua filha, Tyler (Skylar Morgan Jones) e o pequeno Owen (Finlay Wojtak-Hissong) para a casa de sua família no interior. Trata-se de uma casa antiga e longe de tudo, mas financeiramente é o que mais faz sentido para a família neste momento. Pouco após se estabelecer no local, o cachorro da família (um presente do pai das crianças), foge em direção à mata e desaparece. Dias depois, o cão retorna, encharcado de sangue e raivoso.

Michelle Monaghan em SEDE SEM FIM (BLOOD) | 2022

O cão ataca Owen, mordendo-o no pescoço. E a mordida resulta em uma infecção que coloca o garoto numa espécie de coma. Quando ele desperta e alcança a bolsa de sangue ao lado de sua cama, a cura para sua estranha doença é finalmente encontrada. Owen agora precisa de sangue. MUITO sangue. Na realidade, seu comportamente se torna assustador e sua condição, mortal. Agora, o quão longe Jess está disposta a ir para manter seu filho vivo? E mais: será seguro mantê-lo vivo quando ele claramente se tornou um perigo para todos ao seu redor?

A ótima Michelle Monaghan interpreta Jess com (perdão do trocadilho) sangue nos olhos. Como se já não bastasse a situação periclitante em que se encontra após o incidente com Owen, Jess é uma viciada em recuperação, em meio à uma batalha pela custódia de seus filhos. Monaghan interpreta Jess apoiada em nuances, e mesmo que o espectador muitas vezes não concorde com suas ações, a justificativa para seus atos é sempre plausível. O pai, interpretado pelo sumido Skeet Ulrich (Pânico), tem um papel importante no caos instalado na família, e Ulrich o interpreta com uma mistura de doçura e intriga.

As crianças são interpretadas por dois jovens talentos com papéis bem diferentes, mas ambos entregam boas performances em seus próprios campos. Finlay Wojtak-Hissong está ótimo como o feral Owen, enquanto que Skylar Morgan Jones interpreta de maneira comovente a irmã mais velha, que é oprimida por um excesso de responsabilidade. Sempre fazendo o máximo para não criar mais problemas para sua mãe, mas claramente sofrendo.

A direção é do (quase) sempre competente Brad Anderson, de verdadeiras gemas no currículo como o demolidor O Operário (2004) e o perturbador Sessão 9 (2001), mas também capaz de obras completamente esquecíveis e descartáveis como O Mistério da Rua 7 (2010) e A Chamada (2013). Nos últimos anos, Anderson tem trabalhado principalmente na TV, dirigindo episódios para diferentes séries. Seu último filme foi o eficiente thriller da Netflix, Fratura (2019), e aqui, o diretor imprime sua marca, porém Sede Sem Fim não tem força suficiente para guardar um lugar nos melhores filmes do cineasta.

Isso se deve ao roteiro formulaico e sem surpresas a cargo de Will Honley (do interessante Bloodline (2018) e do fraco Escape Room 2: Tensão Máxima), que enfraquece o conjunto. Entretanto, se você estiver no pique para um enfoque relativamente diferente do bom e velho vampirismo, muito sangue e uma protagonista maior que o próprio filme, então Sede Sem Fim é uma boa pedida. Nada mais.

Avaliação: 2.5 de 5.

Sede Sem Fim estará disponível para download e VOD no próximo dia 31 de janeiro.

O Trailer Oficial de SEDE SEM FIM (BLOOD) | 2022

4 comentários sobre “Crítica: Sede Sem Fim (Blood) | 2022

    • Pelo que eu entendi, o filme gira em torno de um espírito demoníaco que habitava a árvore na propriedade da família. Mas creio que a ideia do diretor era deixar as coisas para nossa interpretação mesmo.
      Obrigado pela visita e pelo comentário! Volte sempre ao Filmes do Kacic!

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