Crítica: Toc Toc Toc: Ecos do Além (Cobweb) | 2023

Produzido pelo ator e comediante Seth Rogen e inspirado no conto O Coração Revelador, do mestre Edgar Allan Poe, Toc Toc Toc: Ecos do Além (Cobweb, EUA, 2023, 88 min.) tem início uma semana antes do Halloween, onde o garoto Peter (Woody Norman, de Sempre em Frente), acorda de seu sono devido ao som de batidas aparentemente vindas de dentro da parede de seu quarto. Não podemos culpá-lo por estar assustado, uma vez que com a tinta descascando e o quintal cheio de abóboras podres, sua casa pareça com algo saído de um filme de terror. Ah sim, e ainda tem aquela coisa estranha que as paredes de seu quarto fazem quando ele está dormindo, como se elas fossem inchar até explodir.

Logo nós ficamos sabendo que Peter não tem amigos e que sofre bullying na escola. Seus pais, Carol (a bela Lizzy Caplan, da série-remake Atração Fatal) e Mark (o sensacional Antony Starr da série The Boys e do recente O Pacto), não permitem que o garoto se fantasie para o Halloween, algo que pode estar relacionado ao desaparecimento de uma menina alguns anos atrás. Para a surpresa de zero pessoas, eles também não acreditam nele com relação às batidas na parede.

TOC TOC TOC: ECOS DO ALÉM (COBWEB) | 2023 – Dir. Samuel Bodin

O roteirista Chris Thomas Devlin, cujo único outro crédito na carreira é o roteiro da pífia versão 2022 de O Massacre da Serra-Elétrica, e o diretor Samuel Bodin (da boa série Marianne, disponível na Netflix), carregam a história deste Ecos do Além de elementos tão familiares do gênero que chamá-los de clichês seria um clichê. Um deles é a presença da nova professora de Peter, a Srta. Devine (Cleopatra Coleman, de Infinity Pool), que logo se interessa pelo menino. O outro é uma voz que diz a Peter para se defender, pouco antes de um de seus agressores na escola rolar as escadas até lá embaixo.

Vejam bem, o que é familiar não necessariamente significa algo ruim, mas este não é o único problema que Ecos do Além possui. A maldade dos pais de Peter é retratada de maneira cartunesca; o filme nem saiu do primeiro ato ainda e eles já trancaram o pobre garoto no porão como punição. Um porão que por alguma razão, está equipado com uma corrente e algemas. A ideia é que tanto a corrente quanto as algemas pareçam ameaçadoras, mas elas são tão exageradas que chegam a ser não-intencionalmente engraçadas. O que, obviamente, acaba arruinando boa parte do suspense e da incerteza que o filme está tentando estabelecer.

O que não é engraçada é a sombria reviravolta que o filme apresenta no ato final. Eu realmente não esperava que Devlin e Bodin chegariam até o ponto onde chegaram, e é preciso dar crédito a eles por isso. Eu também os elogio pelo mesmo sangrento e eletrizante ato final, que com certeza redime o filme em muitos aspectos. Infelizmente, a conclusão também deixa muitas perguntas sem resposta. Especialmente no que diz respeito ao mistério escondido nas paredes, cuja “explicação” ao mesmo tempo em que elucida algumas dúvidas, abre as portas para muitas outras, e é preciso uma certa suspensão de descrença para digerir a coisa toda.

O resultado é um filme que eu não particularmente indicaria para ver no cinema (especialmente com os preços lá em cima como estão), mas que ainda assim entrega o suficiente em seu ato final para justificar uma sessão quando aparecer em algum streaming ou em VOD. Nem que seja pelas presenças sempre dignas de nota de Caplan e Starr.

Avaliação: 2.5 de 5.

Toc Toc Toc: Ecos do Além estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de setembro.

O Trailer Oficial de TOC TOC TOC: ECOS DO ALÉM (COBWEB) | 2023

2 comentários sobre “Crítica: Toc Toc Toc: Ecos do Além (Cobweb) | 2023

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