Crítica: Feed Me (2022)

E aí? Procurando por algo levemente extremo para esta temporada de Halloween? Se sua resposta for SIM, então minha sugestão para você é este Feed Me (UK, 2022, 96 min.), novo produto das mentes perturbadas de Adam Leader, Richard Oakes e Neal Ward (este último o protagonista do filme). Realizadores do obscuro thriller Reféns (Hosts, 2020), o trio entrega algo definitivamente insano e inegavelmente intrigante, e se você for chegado no horror extremo (e sadicamente engraçado), então Feed Me definitivamente é para você.

O filme acompanha o depressivo e despedaçado Jed Freeman (muito bem interpretado por Christopher Mulvin), que procura uma maneira de se livrar da dor depois de vivenciar uma inconcebível tragédia pessoal. Quando seus caminhos se cruzam com os do excêntrico Lionel Flack (interpretado com energia feroz por um maníaco Neal Ward), Jed é convencido pelo estranho a livrar-se de sua dor através de uma das maneiras mais perturbadoras imagináveis, em um filme que é por si só perturbador, dramático, brutal, intenso e inacreditavelmente engraçado (ainda que de maneira deveras perversa). Deste ponto em diante, quanto menos você souber do plot de Feed Me, melhor. Apenas prepare o estômago.

Neal Ward em FEED ME (2022)

O que é possível dizer é que as atuações são surpreendentemente superlativas para um filme deste porte. Mulvin está fenomenal em sua atuação, trazendo um peso dramático real para o papel, enquanto que o inacreditável Ward (que possui uma incrível semelhança com o ator Jason Sudeikis em boa parte do filme), simplesmente engole tudo à sua volta quando está em cena, literalmente, como um indivíduo completamente imprevisível que tem sua própria cota de traumas psicológicos. Juntos, Mulvin e Ward formam uma das duplas mais dinâmicas e entrosadas do cinema neste ano. Seu laços no filme viram o cenário do bromance padrão completamente de cabeça para baixo.

Feed Me é o tipo de cinema extremo que certamente ultrapassa os limites, no entanto, são os tipos de limites que os fãs mais hardcore do horror irão querer vê-los ser ultrapassados. É claro, o timing cômico e a vibe energética no coração do filme evitam que a produção se transforme em show de horror niilista no qual poderia facilmente se transformar. Inclusive, o longa é surpreendentemente profundo. Apesar de todos os elementos perturbadores e do humor perversamente dark presentes no filme, Feed Me também possui um olhar bastante contundente sobre temas muito reais como saúde mental, luto, culpa e depressão.

Este provavelmente não é o tipo de filme que você vai querer assistir depois do jantar (ou mesmo antes), e muito menos ao lado da família em uma amena tarde de domingo. Mas com sua excepcional direção, reviravoltas sombrias e imprevisíveis, e uma dupla de protagonistas nada menos que espetacular, Feed Me se coloca ao lado de X: A Marca da Morte, Pearl e Deadstream (confira as críticas de todos eles aqui mesmo no Filmes do Kacic), como um dos filmes de horror mais criativos, delirantes e visualmente arrojados do ano.

Avaliação: 3 de 5.

Feed Me será disponibilizado em digital e para download no dia 27 de outubro. Não há previsão de lançamento oficial em território brasileiro.

O Trailer Oficial de FEED ME (2022)

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