Crítica: Escada Para o Inferno (The Cellar) | 2022

Keira Woods (Elisha Cuthbert, da série The Ranch) e seu marido Brian (Eoin Macken, de Floresta Maldita), se mudam para uma velha casa na Irlanda com a esperança de reconstruir seu negócio e evitar a ruína financeira. Entretanto, o sótão da casa guarda uma sinistra e poderosa entidade, e quando a filha do casal (Abby Fitz) desaparece lá, Keira precisa partir em uma busca aterrorizante para encontrá-la.

Falando um pouco sobre gêneros cinematográficos, a Irlanda nos apresentou a alguns excelentes exemplares do horror nos últimos anos. O cinema irlandês sempre teve uma pegada forte no quesito dramático, mas ultimamente os esforços dentro do horror e do suspense tem surpreendido os fãs do gênero. Filmes como Muito Além do Ordinário (2019), que se aproveitou muito bem da mistura natural entre terror e comédia com performances sensacionais de Maeve Higgins e Will Forte, e The Hole In The Ground (também de 2019), exploraram muito bem o rico folclore do país para construir histórias repletas de climão e sustos. Este Escada Para o Inferno (The Cellar, IRL, 2022, 94 min.), infelizmente, não oferece nada de novo, e o roteiro parece reciclado de inúmeras outras produções com a mesma vibe. Ainda que seja filmado na Irlanda, há muito pouco para sugerir que Escada Para o Inferno seja mesmo ambientado lá. É um filme tão genérico que poderia muito bem ter sido rodado em qualquer lugar.

Elisha Cuthbert em ESCADA PARA O INFERNO (THE CELLAR) | 2022

A história é tão manjada – A. filha pequena desaparece no sótão; B. família constata que a casa guarda um monte de segredos assustadores; C. eles tentam tirá-la de onde quer que ela esteja – que as chances de você ter visto alguma variação desta história antes é altamente provável. Inclusive, com qualidade muito superior. Ainda que a fotografia de Tom Comerford seja rica e entregue um bom clima inicial, Escada Para o Inferno é cinza e previsível demais para o seu próprio bem. Até o final surpreendente é esquecido assim que o filme termina.

É preciso dar crédito, entretanto, para a bela Elisha Cuthbert, uma vez que ela se esforça bastante para dar alguma alma para a tépida história da qual sua personagem faz parte. O que o roteiro não tem de original, exagera na exposição, além de preencher o tempo de duração com explicações intermináveis sobre o folclore da região. Com um roteiro mais forte e uma premissa mais original, talvez houvesse algo mais para ser comentado aqui. Na verdade, o horror é um gênero tão carregado hoje em dia, que é preciso criar algo realmente novo e original para se obter algum êxito. Existem momentos em Escada Para o Inferno que são tão clichês, que é preciso se perguntar se o diretor/roteirista Brendan Muldowney tinha inicialmente visualizado seu filme como algum tipo de comédia que brincasse com as expectativas de seu público.

Infelizmente, Escada Para o Inferno não corresponde à promessa do esforço anterior de seu realizador, o eficiente thriller de perseguição medieval A Peregrinação (2017), que trazia um excelente elenco que incluía um Tom Holland pré-fama de Homem-Aranha, Richard Armitage (trilogia O Hobbit) e Jon Bernthal (o Punisher da série Marvel/Netflix). A atmosfera que havia lá simplesmente não existe aqui. Escada Para o Inferno, com sua história e ambientação nada originais, é uma decepção, e um desperdício do amplo e atemporal folclore irlandês. Uma pena…

Avaliação: 2 de 5.

Escada Para o Inferno será lançado no território brasileiro através de plataformas digitais na próxima sexta-feira, 15 de abril.

O Trailer Oficial de ESCADA PARA O INFERNO (THE CELLAR) | 2022

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