Crítica: Lair (2021)

Apoiado em uma premissa interessante e familiar, onde uma possessão acaba causando um verdadeiro massacre, este Lair (UK, 2021, 96 min.), apresenta algumas boa ideias que mesmo não sendo totalmente aproveitadas, conseguem provocar alguns bons sustos ao longo do caminho. O filme do diretor e roteirista estreante Adam Ethan Crow possui momentos genuinamente assustadores, além de uma excelente fotografia, qualidades mais que suficientes para segurar o fã de horror durante seus pouco mais de 90 minutos de duração.

Ben (Oded Fehr, de A Múmia) está na prisão pelo assassinato de sua esposa e filha. Sua advogada, Wendy (Alexandra Gilbreath), está convencida de que Steven (Corey Johnson, de Capitão Phillips e Vôo United 93), amigo de Ben, tem culpa no cartório, já que ele teria dado ao amigo um objeto que supostamente estaria possuído. Ela acredita que o poder maligno do item tenha entrado na cabeça de Ben e alterado sua mente, fazendo com que ele enlouquecesse temporariamente e matasse sua própria família.

Corey Johnson em LAIR (2021)

Enxergando uma oportunidade de levantar uma grana e possivelmente obter uma atenuante para ajudar na defesa de Ben, Steven decide alugar um apartamento e prepará-lo para monitorar a reação de uma família qualquer a determinados itens “amaldiçoados”. De férias na cidade, Carly (Alana Wallace) e Maria (Aislinn De’Ath) e suas filhas Joey (Anya Newall) e Lilly (Lara Mount), serão as cobaias de Steven. E não demora para após algumas noites, ele se convencer de que algo sobrenatural realmente está acontecendo.

O filme de Crow não desperdiça tempo, a premissa inicial se desenvolve rapidamente e logo estabelece o que virá a seguir. Enquanto o esquisito Steven vai perdendo o controle e se tornando um voyeur, a família que ele observa está lidando com seus próprios problemas, o que também funciona como elemento de tensão da narrativa. O sobrenatural não demora a aparecer, e o filme se torna mais efetivo nas cenas em que a família está (quase que literalmente), se destruindo. As quatro mulheres (incluindo as crianças), entregam as melhores performances do longa, enquanto que Johnson se esforça no papel para entregar alguns diálogos que poderiam ser melhores.

Mas no geral, Lair é um pequeno e sólido exemplar do horror cujos sustos bem aplicados e plot descomplicado e direto capturam de imediato a atenção do espectador. Como comentei, alguns diálogos ficam devendo e a história em si poderia ser mais trabalhada como forma de explicar um pouco melhor certos aspectos, dando a impressão de que o diretor prefere priorizar a atmosfera em detrimento de sua história. Mas para um filme de estreia, Lair é muito acima da média, principalmente no quesito visual. O filme tenta genuinamente mostrar algo novo no que diz respeito ao tema da possessão, e revela-se um trabalho promissor de um diretor que pode realmente ter algo a mostrar. Só o tempo dirá.

Avaliação: 2 de 5.

Lair foi exibido no FrightFest e no Salem Horror Fest deste ano, e será lançado em Digital e VOD pela 1091 Pictures no dia 09 de novembro. O filme não tem data de lançamento oficial para o mercado nacional.

O Trailer de LAIR (2021)

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