Crítica: The Superdeep (Kolskaya sverhglubokaya) | 2020

Você já viu este filme antes. Filmes como Leviathan (1989), o clássico Enigma de Outro Mundo (1982) e até o recente Ameaça Profunda (2020), mais do que exploraram o tema da incursão humana ao planeta Terra de maneira subterrânea ou submarina, sempre com resultados aterrorizantes para os envolvidos. Não é novidade, portanto, que neste novo thriller/horror russo The Superdeep (Kolskaya sverhglubokaya, RUS, 2020), as coisas também não terminem nada bem para um grupo de cientistas que descobre algo terrível abaixo da superfície do planeta.

Depois que alguns problemas acontecem em uma estação científica soviética na década de oitenta, a estação é fechada e colocada sob investigação. Preocupado com o que a OMS pode vir a encontrar, o governo russo envia Anya (Milena Radulovic, de Heróis de Guerra), uma cientista especializada em vírus, para a estação com o objetivo de recuperar o que quer que seja que a equipe do local estava estudando antes do fechamento da estação em plena Guerra Fria. Anya aceita a missão enquanto ela própria busca por redenção após uma tragédia pessoal, e parte então para a estação, que está situada dentro do maior e mais profundo poço de escavação do mundo, sem nem imaginar os horrores que lá aguardam.

Milena Radulovic em THE SUPERDEEP (2020)

The Superdeep é mais um produto de horror adquirido pela Shudder, e depois do ótimo Sputnik, me animei em ver o que os russos trariam para o gênero desta vez. Assim como Sputnik, o filme da vez segue um molde padrão do gênero, onde a heroína com um passado traumático é a escolhida para uma perigosa missão e precisa enfrentar uma ameaça desconhecida, ao mesmo tempo em que os militares responsáveis pela missão são liderados por um homem cujas prioridades são diferentes das de nossa heroína. Ao invés do espaço, cenário onde se desenrola a maioria das histórias deste tipo, The Superdeep se desenrola na Terra, mais precisamente embaixo dela, e ainda que o fio condutor da narrativa seja bacana, a quantidade inacreditável de furos científicos e de roteiro tornam difícil para o espectador aceitar o que está sendo proposto.

A produção marca a estreia do jovem Arseny Syukhin, tanto no roteiro quanto na direção, o que de certa forma pode servir para redimir um pouco os erros cometidos por ele na condução do filme. À seu favor, Syukhin utiliza de maneira esperta a aterrorizante ameaça de seu filme, que habita as profundezas do poço de escavação onde se desenrola a trama. Sempre flertando com a existência ou não de tal inconcebível perigo, Syukhin segura dois terços da produção com uma incrível quantidade de tensão e suspense, aproveitando bem seu elenco e a trilha incidental mega sinistra. Infelizmente, uma vez que tal ameaça é revelada, nunca é possível dar uma boa olhada nela, o que é uma pena, porque o que pode ser visto é deveras pútrido e repulsivo.

The Superdeep pode ser definido como uma confusão formulaica e nonsense, quando não é completamente desinteressante. Contudo, os efeitos-visuais são bastante eficientes, e entregam com propriedade o gore repelente que um bom filme de terror precisa entregar. Se você for um fã de horror desesperado com a falta de exemplares novos na praça, dá para desligar o cérebro e se divertir com esta ratoeira russa.

Avaliação: 2 de 5.

The Superdeep está disponível no canal Shudder e para download.

O Trailer de THE SUPERDEEP (2020)

Deixe um comentário